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Tromboangeíte obliterante atinge, principalmente, homens entre 20 e 45 anos

O uso de tabaco é uma prática extremamente prejudicial à saúde vascular. Utilizado como válvula de escape à rotina densa, esse hábito pode levar até mesmo à amputação de membros. A tromboangeíte obliterante é uma doença causada pela diminuição gradual de luz no interior das artérias, que leva à obstrução total e impede a passagem sanguínea. Ela afeta principalmente as pernas, do joelho para baixo, e as mãos.

O cigarro causa a inflamação dos vasos, especialmente os mais finos, e leva à formação de trombos e, consequentemente, a trombose. “O tabagismo é praticamente o único fator intimamente relacionado. Importante também é a quantidade de cigarros por dia e o tempo de uso – é o que chamamos de carga tabágica – quanto maior, pior a doença”, explica o cirurgião vascular, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Dr. Rodrigo Bruno Biagioni.

Diabetes, obesidade, hipertensão e colesterol alto podem agravar o problema. O quadro é mais frequente entre homens jovens, de idade entre 20 e 45 anos. Segundo o especialista, a doença acomete uma mulher a cada três homens. Não se sabe ao certo o motivo, mas especula-se que seja justamente pelo fato de que o gênero masculino tem maior incidência de uso da droga. “Um fato que ratifica essa tese é que, recentemente, a doença está aumentando entre as mulheres”, pontua Dr. Biagioni.

Na fase inicial, o principal sintoma apresentado é a dor nas panturrilhas. Durante uma caminhada, ela torna-se muito intensa e impossibilita a continuidade dos exercícios, e leva ao ato de mancar, conhecido como claudicação intermitente. Alguns pacientes relatam que as mãos e pés costumam ficar em tons arroxeados e constantemente frios. Durante o contato com a água gelada, é comum que os membros periféricos fiquem doloridos e pálidos. Com a evolução da doença, que costuma ser bastante rápida, o paciente pode apresentar lesões necróticas nos pés e nas mãos, que podem, ou não, evoluir para amputações.

O principal e mais eficaz tratamento para a enfermidade é parar de vez com o uso de tabaco. “A doença acomete as pequenas artérias das pernas e braços. Isso faz com que o resultado da cirurgia, para melhorar a circulação, não seja muito efetivo, na maioria das vezes. Usamos também, medicamentos vasodilatadores em alguns casos”, esclarece o cirurgião vascular. O médico vascular é capaz de auxiliar o paciente durante o período de abstinência do cigarro e, de acordo com cada situação, pode receitar medicamentos e até mesmo o adesivo. O acompanhamento psicológico é muito importante nesse período de busca pela independência da substância.

Depois que o paciente deixa o cigarro, a doença para de piorar e os sintomas podem diminuir. Dr. Biagioni afirma que em 94% das situações em que os pacientes conseguem largar o vício, as amputações podem ser evitadas. “Mas não se pode perder tempo! Uma vez que as lesões comecem a aparecer, geralmente algum tipo de sequela ou amputação podem ocorrer”, alerta.

A SBACV 

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) é uma associação sem fins lucrativos, que visa a defender os direitos de seus profissionais, médicos e residentes, especialistas em saúde vascular. Além disso, tem como objetivo incentivá-los à produção científica, aprofundando as pesquisas nas áreas de Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Angiorradiologia e outras modalidades.

A entidade trabalha com uma política alinhada aos valores da AMB (Associação Médica Brasileira) e do CFM (Conselho Federal de Medicina) a fim de conduzir a instituição de maneira ética, sempre valorizando as especialidades médicas em questão. Atualmente, conta com 23 associações regionais espalhadas por todo o Brasil.

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